25 de fev. de 2008

Um história de amor

A idéia era preparar algo especial para marcar o 100º post do blog e o lançamento de "Reinações de José Mindlin por Ele Mesmo" (ed. Ática) veio de encomenda -- o que pode ser mais inspirador do que um livro infantil escrito aos 93 anos por um homem que coleciona livros desde menino? Livros que, mais tarde, ele dava de presente aos filhos, cada vez que caíam da bicicleta, como um "estímulo" para que não desanimassem? No final dessas memórias de infância, lindamente ilustradas por Luise Weiss, o autor dá seu recado: "Gostaria de contar uma coisa que fiz em 1927, e que eu acharia ótimo que vocês também fizessem, mesmo que seja mais tarde: comecei a ir aos sebos de São Paulo para comprar livros! Foi assim que comecei a formar a biblioteca aqui de casa. Acho possível, vendo meus bisnetos de 5 anos, que vocês já tenham começado a formar a biblioteca de vocês -- seria ótimo! Mas se ainda não começaram, pensem em fazer isso, porque ler e juntar livros é uma das coisas mais gostosas da vida". Entre os 45 mil livros que "juntou" -- raridades garimpadas em sebos do mundo todo--, estão seus infantis prediletos: Pinóquio, As Aventuras do Barão de Munchausen, Alice no País das Maravilhas e Os Tres Mosqueteiros. Histórias que ainda o entusiasmam, pois, como disse ao Caderno 2: "O grande teste do livro infantil é interessar adultos".

(ST)

5 comentários:

Anônimo disse...

Silvana

Pois é, esse homem adorável arranja tempo e disposição para escrever para as crianças,para conversar com elas, incentivando-as a formar suas próprias bibliotecas e, principalmente, a ler.Generoso, ano passado ele doou parte de seu tesouro, a Brasiliana, para a USP, para que ficasse à disposição do público. Pessoas como José Mindlin são raras mas existem, que bom. Faz a gente não desanimar de todo,mesmo vendo Kassabs, Calils e outros caras-de-pau fechando bibliotecas públicas como se fossem pontos de jogo-do bicho. Viva Mindlin!
beijos
May

Anônimo disse...

Oi Sil,
Mas é uma pena que entre 180 milhões de brasileiros exista apenas um Mindlin, às vezes desanima.
Mas não percamos a esperança. E vamos visitar sebos para ensinar nossos filhos que livro bom também é livro de sebo: velho, feio e esbagaçado (como diz meu sobrinho de 15 anos e voraz leitor).

Beijos
Patrícia

Anônimo disse...

Sebo é mesmo tudo de bom: além do preço mais acessível e do prazer do garimpo, os livros de lá têm cheiro de mistério.Às vezes trazem pistas: uma frase sublinhada, uma anotação qualquer em uma página, uma dedicatória, sinais de uma outra leitura, de um outro leitor que compartilha uma experiência com a gente. A Patrícia está certíssima, levemos nossas crianças ao sebo!E todos na luta pelas bibliotecas.
beijo
May

silvana tavano disse...

May!você está intimada a escrever um post sobre isso: uma das coisas que me seduzem nos sebos são as dedicatórias! Tinha pensado num post sobre as dedicatórias mais misteriosas ou engraçadas ou esquisitas ou... A sua pauta podia ser: "As melhores dedicatórias dos livros infantis que garimpei em sebos". Que tal?
beijo, silvana

Anônimo disse...

Silvana,

que ótima idéia!
aguardo este post dos sebos. O texto da May deu um gostinho de quero mais.
May, estamos aguardando os livros com cheiro de mistério e anotações intrigantes...

Um beijo, Carla