22 de fev. de 2013

Briga

Nuvens ranzinzas, vento furioso, gritos de trovão
O céu fecha a cara, relampragueja raios
E a chuva chora sem parar com tanta confusão

21 de fev. de 2013

Agenda


Saí de casa cedinho pra voar por aí (antes da chuva) com "A Senhora Meier e o Melro", de Wolf Erlbruch.

18 de fev. de 2013

Duas semanas depois...

Apesar de continuar muito rabugenta, fazendo questão de mostrar o quanto está magoada comigo, Miúda Felina já suporta a presença do alegre Joaquim.
Aparentemente, ela se conformou com a ideia de que ele veio pra ficar.
Conto com o tempo (e com a simpatia do Joaquim) pra que isso vire uma grande amiuzade.

14 de fev. de 2013

Memória

Olho pra mim numa paisagem que não reconheço, e me ver sorrindo na foto só aumenta a sensação de estranhamento. Mas a imagem confirma: aquele lugar existiu e aquela menina era eu. Então, apesar de não lembrar, acredito que esse dia aconteceu. Ao mesmo tempo, tantas vezes duvido de certas lembranças, e me pego olhando para o passado como se fosse um sonho que a memória inventou.

11 de fev. de 2013

Infância

O enredo da brincadeira era simples: a turma se reunia no pátio do prédio pro ensaio geral, formava duplas ou trios e depois, todos juntos, atravessávamos a avenida da praia de José Menino, em Santos, devidamente equipados com bisnagas coloridas, sacos de confete, muitos rolos de serpentina e um bom estoque de martelinhos de plástico. Organizados em alas, os grupos se posicionavam em pontos estratégicos ao longo da calçada, a postos pra dar banho de água e alegria em quem passasse. Os que não entravam no espírito da folia, levavam martelada e tinham que sair correndo debaixo de vaia. A certa altura, mães e pais começavam a aparecer, chamando pra jantar e, mais ou menos contrariados, íamos todos pra casa, com a promessa de um novo encontro logo cedo, na praia. Lembro de adormecer ouvindo os ruídos que seguiam chacoalhando a cidade noite adentro, com o carnaval grudado no meu corpo em forma de confete.

4 de fev. de 2013

Joaquim

Confesso que minha paixão por gatos só aumenta com o passar do tempo -- e lá se vão 13 anos convivendo com a Miúda Felina aqui em casa. Também é verdade que nos últimos meses ando muito ligada nos felinos por conta do livro em que venho trabalhando. Mas juro que não estava pensando em adotar outro bichano. Foi assim: fui buscar uma encomenda e topei com o Joaquim, um dos trocentos gatinhos que a dona da loja estava doando. A gente se olhou uma vez, e mais outra, e na terceira o pequeno soltou um oi-miau todo dengoso. No dia seguinte, sem pensar duas vezes, voltei lá e trouxe Joaquim pra casa, já com um enxoval completo --ração especial pra filhotes e brinquedos, mais um banheiro e pratinhos exclusivos, justamente pra não estressar demais a Miúda. Como eu imaginava, não adiantou nada. Transtornada com a novidade, a gata mostrou os dentes, arqueou as costas e emitindo uns sons assustadores que eu nunca tinha ouvido, se enfiou debaixo da minha cama, em claro sinal de indignação. 
O começo não vai ser fácil, eu sei. Mas confio no tempo e, principalmente, no olhar do Joaquim: duvido que a Miúda Felina também não se apaixone por ele.

1 de fev. de 2013

Sorte

Sei que muita gente conta comigo, e eu fico feliz quando dá pra contribuir. Mas, sabe como é, meu melhor amigo é o Acaso e ele me influencia demais. Às vezes planejo uma coisa, só que acabo fazendo outra porque ele aparece com alguma novidade e pronto: me distraio. Acontece que não resisto aos convites dele, mesmo quando a gente não faz nada de especial. No fundo, no fundo, somos muito parecidos. Também gosto de ficar por aí, circulando sem compromisso. Engraçado é que nesse pralapracá cruzo muitas vezes com certas pessoas. Tem uns que topam comigo o tempo todo, eu mesmo me surpreendo! Sei lá, de vez em quando desconfio que esses encontros e desencontros são obra do Acaso. Ele se faz de desentendido, mas, será que não sabe direitinho pra onde está me empurrando?
Sendo 100% sincero, pra mim, tanto faz. Afinal, todo mundo sempre me recebe de braços abertos, não tem quem não goste de cruzar comigo. Bom, sendo 101% sincero... Depende. É que vira e mexe o Acaso resolve aprontar e me lança pelos ares, só de farra. Daí a coisa pode complicar: dia desses, caí com tudo em cima de um gato. Pois é, o rato não gostou nadinha de me ver.