30 de set. de 2013

Frankfurt

No catálogo da Callis, rumo à Feira de Frankfurt: boa sorte para todos os autores brasileiros!

26 de set. de 2013

Poção

De repente sou a menina que queima a língua sem paciência de esperar o chocolate esfriar.
Às vezes o passado reaparece assim: numa noite fria, com um gosto doce e urgente.
e continuar me encantando com as Reinações da Narizinho

a imagem veio lá do Felicidário.

22 de set. de 2013

Memória

Às vezes, é uma frase ou nem isso: é só o jeito de dizer. Certa música, um cheiro inesperado, coisas que acontecem e imediatamente me colocam em outro lugar, como se eu estivesse sentada, imóvel, na cabine de um trem que me leva em alta velocidade rumo aos meus 7, talvez, 9 anos. Então uma menina acena do lado de fora do trem, sorri pra mim e no mesmo instante já está dentro do vagão, sentada ao meu lado, repetindo a frase ou trazendo de volta o perfume que agora viaja comigo. Não demora, ela se acomoda no meu colo, pouco a pouco adormece dentro de mim e, ninada pelo sacolejo rápido do trem, sonha num tempo que nunca envelhece.

15 de set. de 2013

domingo


meu pensamento voa
pelo espaço
num tempo muito curto:
gira o mundo num segundo

meu pensamento flutua
pelo espaço
num tempo distante:
volta ao passado num instante

meu pensamento decola
pelo espaço
de um outro tempo:
visita o futuro a todo momento

A ilustração é de Wolf Erlbruch

9 de set. de 2013

Como começou

Bem que eu arrisquei minhas pinceladas nas sessões de aquarela que rolaram tempos atrás na casa da May Shuravel -- pra lembrar dessa história basta clicar aqui
O melhor disso tudo foi ter acompanhado o comecinho de "Quando a Lua Tomou Chá de Sumiço", uma lindeza de livro escrito pela Maria Amália Camargo e ilustrado pela May durante aquelas tardes coloridas. Mas o melhor do melhor foi a dedicatória carinhosa que eu, Carla Caruso e Maria Eugenia ganhamos dessas duas comadres talentosas: "uma lembrança das nossas agradáveis tardes de cháquarela". Adorei! 

2 de set. de 2013

Diário de um gato

(...) Nascer foi um alívio. Depois de dois loooongos meses tentando me acomodar entre três gatas folgadas, eu já tinha perdido o humor, não aguentava ficar nem mais um minuto esmagado daquele jeito! Não havia o que fazer, então tive que aguentar firme e esperar a hora certa. Mesmo com todo aquele desconforto, fui um cavalheiro e cedi a vez pra que as três saíssem do sufoco antes de mim, afinal, a situação era difícil pra todos nós! Bom... Confesso que não fiz isso só por gentileza. Quis ser o último pra ter o gostinho de desfrutar daquele espaço todo só pra mim, pelo menos durante alguns momentos. Foi muito gostoso, pena que durou pouco; não dava pra arriscar demais, então finalmente vim ao mundo, o único macho da ninhada, branquinho como neve, e diferente em tudo o mais das minhas três irmãs chatas e acinzentadas (...).

Como tenho aparecido menos por aqui, segue um trecho de um dos motivos do sumiço.
Ao trabalho!